Ontem terminei de ler meu segundo livro da atual "temporada", "A Seleção", da autora americana Kiera Cass. Nota 8(pode subir para 8,5 se o resto da série manter o nível, afinal sem o sucesso dele não existiria a saga/universo "A Seleção).
Não cheguei a "devorar" o livro como a leitura anterior, "A Garota Italiana" de Lucinda Riley, fui lendo ele aos pouquinhos. Me interessei por ele quando li sua sinopse na internet, e vi que poderia dar caldo. O seu público-alvo(garotas adolescentes) poderia deixar um pouco algumas pessoas com um pé atrás, e ao vê-lo na Saraiva disponível na seção como um livro na estante infanto-juvenil, minhas expectativas eram de um livro "comum", mas de página em página, ele me surpreendeu:
uma leitura leve e divertida, que cumpre bem a sua função de entreter o leitor, com muito romance(com algumas partes realmente bem meladas, perfeito para fazer algumas garotas suspirarem e se derreterem) e um pouquinho de política(que, acredito eu, seja um tema que se desenvolva mais nos livros seguintes da série). Gostei do estilo da autora, ela escreve bem, ela sabe como prender e divertir o leitor. É daquelas obras capazes de transformar o humor de uma pessoa durante sua degustação, comigo aconteceu durante várias vezes, foi minha companhia em todo o mês de março ao lado dos filmes que assisti a cada semana.
"A Seleção" é o primeiro de uma série de livros que aborda um conto de fadas em um universo distópico que conta a história da protagonista America Singer em uma competição de 35 garotas que disputam o coração do príncipe Maxon(herdeiro do trono de Illéa, país sucessor dos Estados Unidos, que nesse meio tempo foi ainda o "Estado Americano da China" - o que me causa gargalhadas incontroláveis toda vez que ouço esse nome), em uma espécie de reality show(segundo os especialistas da saga, uma mescla de "The Bachelor" e "Jogos Vorazes") com transmissão da TV e tudo.
Meu coadjuvante preferido é um personagem chamado "Gavril Fadaye", uma espécie de "Amaury Jr. de Illéa", um cara que entrevista a família real e as grandes personalidades e celebridades do país na TV. Risadas garantidas.
No universo do livro, a sociedade é dividida em castas, uma crítica à nossa sociedade onde as classes sociais muitas vezes ditam a importância de cada indivíduo(quem nunca teve uma experiência ao menos ouviu de uma experiência de um parente/amigo/conhecido, por exemplo, daquele cara da periferia que sofria resistência dos familiares de sua namorada da Zona Sul?). No livro, por exemplo quando um casal é formado entre duas pessoas de castas diferentes, a burocracia para o casamento é infinitamente maior.
São 8 castas no universo de "A Seleção", e não vou me estender aqui no post sobre o tema, mas só vou por um adendo rapidinho: como a autora é de um país onde os professores são valorizados, no livro eles são de casta Três, o que pode causar estranheza para os leitores daqui do Brasil, por exemplo. Se a historia se passasse em Terra Brasilis com certeza a turma do magistério infelizmente seria casta Seis para baixo...
No livro tem um telejornal norturno em que o país inteiro para assistir, e todos, até os mendigos(que procuram um botequim com TV) ficam hipnotizados em frente à telinha para assistir ao "Jornal Oficial", que apesar de ser de um universo de fantasia, o fenômeno que ele causa não é tão distante do que a gente vê, por exemplo, em nosso país, com um tal...
Sobre o público-alvo, confesso que nunca dei muita trela para isso, se a história for boa acompanho ela independentemente dela ser direcionada para crianças, garotas, etc. Quando colecionava mangás, batia muito forte em fóruns de internet em relação a essa segmentação de públicos sobre isso não funcionar muito por aqui(eu colecionei muitos mangás shoujo, e o meu preferido dos que comprei é justamente um do gênero, chamado "Fushigi Yuugi", recomendadíssimo, linda história - e meu anime preferido da Geração Manchete era "Sailor Moon"). Inclusive por causa de meus gostos pessoais costumo ir a sessões de cinema onde a maioria de espectadoras é do público feminino(com a grande exceção, como não poderia deixar de ser, de "Logan").
Os nomes utilizados para as localidades são muito criativos. Tem Carolina(aliás, tem até uma cidade-xará que virou uma notícia essa semana na Globo por causa de um carteiro do Maranhão) por causa Carolina do Norte/Sul, (Los) Angeles(capital), Noruécia(Noruega + Suécia), Hondurágua(Honduras + Nicarágua), só para citar alguns.
Um dos eventos do livro me fez lembrar de longe um clichê utilizado também em novelas turcas. Não posso me estender sem soltar spoilers, só digo que é uma espécie de "inversão".
O livro, por algumas razões, também me faz lembrar de um de meus games preferidos - Phantasy Star III:
A- Um futuro onde a tecnologia regrediu ao invés de avançar.
B- A existência de uma nova geração na saga após a protagonista alcançar a felicidade.
C- Uma linha de tempo alternativa que inexiste nos livros, mas que tenho quase certeza que deve existir no fandom(leia-se fanfics). Não posso soltar spoilers violentos aqui, mas aqui vai a dica para os "phans": Maia/Lena.
O final do livro é eletrizante e deixa o leitor com vontade de ir correndo para a livraria compra sua sequência, "A Elite". Ou de começar a lê-lo, caso ele já tenha se antecipado. Segunda é a minha vez.
Eu comprei a trilogia em março, e é questão de tempo eu comprar os livros 4 e 5. Já os extras eu não devo comprar, após "A Coroa", devo partir para o mundo mágico e inventivo dos fanfics.
Atualização do post 09/04: esqueci de dizer: comprei o livro na promoção da Saraiva do Dia da Mulher, que dava desconto de 50% para qualquer livro comprado por qualquer cliente cadastrada no site. Ao contrário do que fora anunciado nas redes sociais, a menos que tenha ocorrido um erro no sistema na hora da minha compra, a promoção valia para todos os clientes, isto é, homens também, aqui está a "prova do crime":
Bônus 1 - Sinopse:
"Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças entre dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha. Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes. Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar."
Bônus 2 - Série A Seleção:
Série Principal:
A Seleção
A Elite
A Escolha(The One, no original)
(compõem a trilogia principal da história de America Singer)
A Herdeira
A Coroa
(nova geração)
Felizes Para Sempre
(Edição encadernada que contém os 4 contos digitais, além de extras ilustrados da trilogia principal)
Contos Digitais:
O Príncipe
O Guarda
A Rainha
A Favorita
Extras:
Diário da Seleção(não consta na wikia internacional de "A Seleção", parece que este é um caça-níquel feito para as garotas escreverem um diário se inspirando nos eventos do livro e mostrar para as amigas.
Sinceramente... melhor escrever um fanfic, visiblidade bem maior, e o que mais existe no universo de fanfics é extamente garotas que escrevem bem, com textos recheados de talento - aliás, ainda hoje é um mistério para mim porque nos sites de fanfics tem muito mais mulher do que homem
- o que está bem longe de ser algo ruim, diga-se de passagem).
Outros:
A Sereia(livro da mesma autora sem ligação com a saga)
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